quarta-feira, 29 de junho de 2011

Hipóteses e soluções


Às vezes penso que não me conheço. Nada mais absurdo se vivo dentro de mim mesma e oiço tudo aquilo que penso. Mas sim, tenho esta sensação. A ideia que tenho de mim é completamente diferente da de algumas pessoas. Eu julgo-me solidária, carinhosa, honesta e humilde. Os outros não concordam.

Só vejo duas hipóteses para este dilema:

1)  Ou os outros não gostam mesmo nada de mim e dá-lhes prazer ver só os meus defeitos (que é claro que existem);
2) Ou a ideia que tenho de mim está completamente errada e não consigo ser aquilo que o meu sentido de moralidade, justiça e benevolência considera o mais equilibrado.

Não chego a nenhuma conclusão. Se 1) então a solução é, como hoje me aconselharam, “cagar de alto” e aquela bela história do “eu quero o melhor para ti” é pura mentira. As pessoas não te querem ver melhor do que elas próprias. Primeiro porque isso desperta inveja, e segundo porque a tua felicidade lembra-lhes o seu próprio fracasso e as coisas erradas que permitem que aconteçam nas suas vidas.
Se 2) o ideal era fugir e ir à procura de mim mesma. Uma semana na colina (Taizé) e voltava de lá com o Tico e Teco completamente alinhados. Não nasceria uma nova Catarina, mas talvez servisse para limar algumas arestas.

Enfim, vou esforçar-me por encontrar uma hipótese e, a posteriori, uma solução; sem fazer disto um problema porque, como há um tempo me explicaram, os problemas não existem. Se têm solução deixam de ser problemas, se não têm são apenas factos.