quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Falta a serenidade

Estou aqui, sentada nesta cama que desconheço com o computador em frente à espera que a necessidade de fazer o maldito trabalho vença a guerra que está a travar contra a preguiça.
Sinto-me sozinha. E não posso dizer nada de mais ridículo pois vivo com 5 amigas. Mas esta casa está vazia; vazia de recordações e de sentimentos. Aqui, as emoções que sinto são sempre as mesmas: medo e angústia. 
E já nem me refiro ao medo que sinto desta cidade onde todos parecem correr para algo muito importante e esgotável; onde as passadeiras e escadas rolantes não servem para descanso e comodidade dos seus utilizadores, mas para chegar mais depressa a lado incerto. 
Refiro-me ao medo das minhas próprias decisões.
Aquele tipo de decisões que tomamos quando ainda não temos discernimento suficiente para pensar nas consequências. Agora, que sou diariamente confrontada com uma realidade que desejava encontrar mas que me era totalmente desconhecida, sinto-me perdida. Terei eu coragem?
Sei a resposta a esta pergunta: TEMPO. Tenho de dar tempo.. ter calma e paciência. 
Mas para isso é preciso serenidade de espírito, e isso eu não tenho.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Paz

A primeira coisa que podemos fazer numa semana aqui em taizé é talvez tomarmos consciência aos poucos, de que há um dom, um presente, como que uma oferta de Deus a todos nós, que é a paz, a paz interior, a paz do coração.
Irmão Roger

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

2.5

Nenhuma despedida é boa.
Hoje, faço as malas e despeço-me.
Sei que há a possibilidade de voltar, nem que seja para uma breve visita. Mas, nessa altura, ele já não será meu. Será de outra menina cheia de sonhos e pronta a agarrar o futuro.
Gostava de passar o testemunho a essa nova habitante de um espaço que, na verdade, nunca me pertenceu. Gostava de lhe explicar que aqui pode ser ela própria, que este pode ser o cenário de muitas aventuras e momentos que nunca se apagarão da memória...

De facto, se pensar bem, nestes 3 anos este foi o palco principal (ou secundário) de muitas histórias.
Ri às gargalhadas e chorei desalmadamente,
saltei de felicidade e tremi de nervos,
preparei-me para grandes noites de loucura e, outras vezes, para longas noites de estudo,
curei ressacas, fiquei doente e fiquei curada,
tive conversas muito sérias e outras muito parvas e fúteis,
fiz grandes amigas,
tive desilusões com outros amigos,
senti-me em casa e experimentei a solidão,
amei, sofri, fiz planos e SONHEI!
Mas, acima tudo, sei que neste pequeno e simples lugar fui EU... (talvez pela primeira vez)
Vou sempre recordá-lo com carinho :) neste preciso momento, rola uma lágrima pela minha face... porque sou mimada e piegas, ou então porque sei que vou sentir muita falta deste MEU espaço.

Escrevo porque tenho que escrever... tenho que me assegurar que nunca me vou esquecer do meu 2.5, quarto do amor <3