sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Não sei o que é isto que me invade como um sopro de vento morno. Sinto-o, mas não o sei explicar...é algo reconfortante mas que me deixa angustiada...Sempre em alerta, com medo.
Tenho dúvidas, tenho incertezas. Vivo em ansiedade por não conseguir falar, não quero partilhar isto com ninguém, quero guardar só para mim. Não sei o que é, mas é meu, só meu. Todavia, recorro ao papel na esperança que a caneta arranque algumas palavras da minha mente, está demasiado cheia, demasiado confusa e perdida.

Vejo cores, cores quentes. Sinto o cheiro do mar nocturno e deserto. Oiço um bater de ondas sereno, compassado. A areia massaja-me as mãos e sinto um sabor doce, a chá. Sorrio para o vazio, estas sensações enchem-me de paz.
Mas logo as cores quentes são substituídas pelo negro, os cheiros alteram-se, o ruído torna-se ensurdecedor, a areia pica-me as mãos, o chá torna-se amargo e, então o espelho transparente torna-se um náufrago num oceano de melancolia.

28.10.2009

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