domingo, 1 de julho de 2012

Ser peregrino



Há uns dias vi o filme "The Way". Trata-se da história de um pai que perde um filho numa tempestade enquanto fazia o Caminho de Santiago. O filme retrata muito bem todas as emoções que um peregrino vive.
Eu já fui peregrina duas vezes, da minha Paróquia até Fátima, cerca de 60km. A primeira vez que o fiz tinha 11 anos, a minha motivação era simplesmente acompanhar o meu irmão e a minha mãe e pedir algo a Nossa Senhora. Recebi muito mais do que isso; era a mais nova no grupo e portanto todos me encorajavam e me contavam histórias de anteriores caminhadas. Depois, quando no final de muito esforço cheguei a Fátima, chorei. Chorei muito mesmo.
A experiência marcou-me tanto que repeti-a uns anos mais tarde. Já com uma Fé mais amadurecida, entreguei o meu sacrifício à Mãe de todos nós, rezei sozinha e em grupo, ajudei quem precisava, percorri o meu caminho e enfim, cheguei. Novamente aquele aperto no coração que mal tinha percebido aos 11 anos. Uma alegria enorme de ver a imagem da Capelinha e uma gratidão imensurável porque Ela está lá sempre, ela acompanhou-me no meu caminho. Não naquele 'pequeno trajeto' de 60km mas ao longo de toda a minha vida. Sentimos certezas, sentimos amor, sentimos que nunca estamos sós, sentimos que fomos recompensados pelo nosso caminho só pela oportunidade de nos ajoelhar-me diante do seu Santuário para orar.
Regressamos a casa cansados e com umas pernas que pesam toneladas. Mas o coração, esse pesa tanto como a mais leve pena pois está inundado de amor e de fé. Quero muito fazê-lo de novo, quero mesmo.

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