segunda-feira, 15 de junho de 2009

Redoma de vidro

As redomas de vidro são objectos normalmente utilizados para proteger alguma coisa.
Na obra mundialmente conhecida "O Principezinho", de Saint-Exupéry, o personagem tem no seu planeta uma bela flor, ser raro na série de Asteróides onde ele habitava. A flor, por ser muito caprichosa e saber que o Principezinho a tinha em grande conta pela sua beleza e unami (palavra brasileira q significa cheiro agradável), exigia muitas comodidades. Queria ser protegida por um biombo de dia e ser coberta com uma redoma de noite, a fim de se proteger das correntes de ar.
O Pricipezinho fazia-lhe todas as vontades porque sabia que ia ficar com remorsos se a flor começasse a tossir.
Mas o que para mim importa hoje reflectir não é na história do Principezinho mas sim na utilização do objecto redoma. E assim esclarecer algumas pessoas...


Vivemos num mundo onde as pessoas escondem o que sentem e o que pensam. Este processo tende a evoluir com o crescimento. Quando somos crianças contamos tudo aos nossos pais, aos nossos melhores amigos, aos primos...mas depois, quando crescemos e nos consideramos muito adultos e senhores do nosso nariz cria-se uma barreira invisível entre nós e as pessoas em que confiávamos cegamente na infância. Os melhores amigos mudam, os primos afastam-se...mas os pais são sempre os mesmos e permanecem no mesmo local. Os pais, mesmo que não lhes contemos nada, sabem quando não estamos bem. Ficam perturbados, ansiosos e com medo, porque já não reconhecem o filho que criaram, crescemos e eles nem deram conta.

É aí que se tentam aproximar, mas não deixamos. Estamos fechados nessa tal redoma de vidro, que ingenuamente achamos que nos protege. Mas não protege. Só magoa quem mais nos ama e nos quer ajudar...

Temos o dever de fazer um esforço para, nem que seja de vez em quando, levantar a redoma e deixar essas pessoas chegarem perto...


O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1Cor. 13:4-7)

Por mais que procuremos só encontramos este amor nos nossos pais...

1 comentário:

  1. O Cântico do Amor da carta aos Coríntios...

    Incrível como eu sei o que queres dizer :) E posso ser o teu "principezinho" se quiseres ser a minha flor :) E quando estiveres pronta para tirar essa redoma de vidro eu cá estarei para te ouvir :)

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